GHOST DO OUTRO LADO DA VIDA

Ghost - Do Outro Lado da Vida

Há filmes que marcam época e são lembrados com saudades e até emoção. Em muitos destes filmes há uma música inserida na trilha sonora que também faz sucesso e cria uma relação com o filme e quando falamos nela, dizemos, a música que tocou em...

Assim é com Ghost, Do Outro Lado da Vida, não somente o filme, mas a música Unchained Melody, deixou sua marca que atravessa gerações.

 

GHOST DO OUTRO LADO DA VIDA

Sam Wheat (Patrick Swayze) e Molly Jensen (Demi Moore) formam um casal muito apaixonado que tem suas vidas destruídas, pois ao voltarem de uma apresentação de "Hamlet" são atacados e Sam é morto. No entanto, seu espírito não vai para o outro plano e decide ajudar Molly, pois ela corre o risco de ser morta e quem comanda a trama, e o mesmo que tirou sua vida, é quem Sam considerava seu melhor amigo. Para poder se comunicar com Molly ele utiliza Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), uma médium trambiqueira que consegue ouvi-lo, para desta maneira alertar sua esposa do perigo que corre.

Distribuído pela Paramount Pictures,lançado em 1 de novembro de1990, e teve um orçamento de  US$22 milhões.

Principais Atores


                                                                 Demi Moore

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                                                             Patrick Swayze

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                                                             Whoopi Goldberg

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                                                                Tony Goldwyn

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Curiosidades, bastidores, novidades, e até segredos escondidos de "Ghost - Do Outro Lado da Vida" e das filmagens!

 

Característica da atriz

Uma das razões que fez com que Demi Moore ganhasse o papel de Molly Jensen, foi sua capacidade de chorar com olhar fixo.

 

Disputa pelo papel

Meg Ryan recusou a oferta do personagem Molly. As atrizes Molly Ringwald e Nicole Kidman chegaram a fazer testes para o papel, mas ele acabou nas mãos de Demi Moore.

 

O roteirista indicou ...

Na hora de selecionar o elenco, o roteirista Bruce Joel Rubin indicou Patrick Swayze para o papel de Sam Wheat. A sugestão do nome veio depois dele ter assistido uma entrevista do ator, onde ele chorava quando falava sobre o pai. Rubin disse que se um cara estilo machão pode chorar por um ente querido, ele é perfeito para Ghost - Do Outro Lado da

 

Vida.

... mas o diretor não gostou. Até se render.

O diretor considerou a sugestão completamente equivocada e fez testes com vários atores como Tom Hanks, Tom Cruise, Nicolas Cage, Johnny Depp, entre outros igualmente famosos. Com o resultado ruim, o cineasta decidiu dar uma chance para Swayze, ainda apostando que daria errado. O teste foi o melhor de todos e o ator foi contratado na hora.

 

Descrença

O astro Bruce Willis, na época ainda marido de Demi Moore, também chegou a fazer teste, mas disse que o filme não daria certo.

 

Comparação

Na hora de descrever o que queria com o efeito de Sam passando pelas paredes, o diretor usou o exemplo de um guardanapo sendo imerso em um copo de café.

 

Convidou a mamãe

A mãe do diretor, Charlotte Zucker, faz uma ponta no filme como funcionária do banco.

 

Chamou a responsabilidade

É o primeiro filme em que Zucker assina a direção sozinho.

 

Xodó próprio

Tornou-se o filme favorito do diretor.

 

Fantasmas abstratos

O roteirista Bruce Joel Rubin não gostou da ideia dos espíritos da escuridão terem rostos e mãos. Para ele, o ideal seria algo como sombras sem forma humanas.

 

Em família

Sondra Rubin, filha do roteirista Bruce Joel Rubin, fez o papel da freira que desmaia sobre o cheque.

 

Desconfiança inicial

Rubin afirmou que tinha dúvidas se Jerry Zucker conseguiria tocar o projeto devido aos seus trabalhos em comédias malucas como Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu, entre outras.

 

Pontapé inicial

A cena do personagem Molly (Moore) na delegacia foi a primeira a ser filmada.

 

Truque de sonoplastia

O som emitido pelos espíritos das trevas, na verdade, eram gravações de ruídos de bebês em alta rotação.

 

Locações

Rodado em diversas locações de Nova York e também nos estúdios da Paramount, em Los Angeles, na Califórnia.

 

Estação de metrô

As cenas do metrô foram filmadas num nível abandonado pela companhia na estação da Rua 42. Os trens, por sinal, trafegam em sentido contrário ao que acontecia quando estavam em operação.

 

Interpretação brilhante

O papel de Oda Mae Brown não tinha sido escrito para Whoopi Goldberg, mas Patrick Swayze a admirava muito e convenceu os produtores de que ela seria a escolha certa para o personagem. A comprovação do palpite veio com a conquista do Oscar de Melhor

Atriz Coadjuvante.

 

Organizando a agenda

Um pouco antes de as filmagens começarem, Whoopi Goldberg não tinha certeza se conseguiria ter tempo para as gravações. Por conta disso, o papel chegou a ser oferecido para Jackee Harry, que o aceitou, mas em cima da hora Goldberg voltou aos sets e Harry perdeu a chance.

 

Tentou, mas não deu

A atriz Patti LaBelle chegou a fazer testes para viver Oda Mae Brown.

 

Apelo musical

A música que o personagem Sam (Swayze) canta para Oda Mae (Goldberg) ajudá-lo é "Henry the 8th, I Am". Em determinada parte da letra é dito "She wouldn't have a Willie or a Sam", que são dois nomes presentes no filme: Sam e seu assassino Willie.

 

Desafio na atuação

Patrick Swayze disse que Sam Wheat foi o personagem mais difícil de sua carreira porque ele observava mais do que agia.

 

Cena antológica

Patrick Swayze afirmou também que a antológica cena da cerâmica com Demi Moore foi a coisa mais sexy que já tinha feito num filme.

 

Mal entendido com a polícia

Quando Sam segue Willie até seu apartamento descobre que seu sobrenome é Lopez por causa da etiqueta no interfone e passa a informação para Oda Mae. Só que o nome, na verdade, está escrito numa fita por cima do verdadeiro nome do ocupante. Isso explica porque quando Molly informa para a polícia, não existe registro identificando Willie Lopez.

 

Referências

Em um diálogo entre Molly e Sam, ela diz que ele tem uma "vida encantada". Essa expressão está contida em Macbeth de William Shakespeare, quando o personagem é morto logo após falar sobre isso. No filme, Sam é morto depois de assistir uma produção de Macbeth.

 

Para não borrar a maquiagem

Nas exibições de Ghost - Do Outro Lado da Vida ocorridas em um cinema de Monterrey, no México, as mulheres recebiam um envelope ao entrar onde se lia "Solo para mujeres" e, dentro dele, tinha um pequeno lenço.

 

Coisas do destino

O ator Vincent Schiavelli, do clássico Um Estranho no Ninho, é quem faz o fantasma do metrô e ensina coisas para Sam (Patrick Swayze). Em uma cena, o personagem de Schiavelli quebra uma máquina e deseja fumar um cigarro. Numa mórbida coincidência, tanto ele quanto Patrick Swayze, morreram de câncer aos 57 anos.

 

Freiras

Por coincidência, o personagem de Whoopi Goldberg encontra com duas freiras. Ela interpretou freiras nos filmes Mudança de Hábito (1992), Mudança de Hábito 2 (1993).


Relembre a música Unchained Melody





Leia a crítica de Rodrigo Cunha em 18 /10/2006

 

Um romance imortalizado, um dos melhores da última década.

"O amor verdadeiro levamos conosco"

 

Ghost - Do Outro Lado da Vida, lançado em 1990, tornou-se um fenômeno do romance mundial, alavancando as carreiras de Demi Moore e Patrick Swayze. Passados quinze anos de seu lançamento, fica mais fácil de raciocinar o porquê de tamanho sucesso e se o mesmo é merecido, uma vez que, ao mesmo tempo em que inúmeras pessoas choraram com o longa, outras o consideram como uma das maiores baboseiras já feitas na história.

 

Aqui no Brasil, o filme sofre da síndrome da sessão da tarde (algo que já havia comentado quando falei sobre Os Goonies): apesar de bom, sofre com a super-exposição por parte da televisão, que reprisou o filme de todas as maneiras possíveis em todas as ocasiões imagináveis - natal, ano novo, dia dos namorados, ou, simplesmente, em uma sessão da tarde. Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar de um filme piegas ao extremo, que faz chorar e que tem alguns diálogos para lá de melosos. Porém, para aqueles que gostam de um bom romance, sério e sem as piadas idiotas que costumam infestar os representantes do gênero nos dias de hoje, Ghost é uma das mais novas obras-primas do cinema. Com seus defeitos, claro, mas um filmaço.

 

Conta a história de Sam (Patrick Swayze), um jovem bancário que descobre uma fraude milionária na empresa em que trabalha e acaba assassinado. Sua mulher, Molly (Demi Moore) fica abaladíssima com a situação, recebendo ajuda do melhor amigo da família, Carl (Tony Goldwyn). Porém, Sam, em forma de espírito, conta com a ajuda da falsária Mae Brown (Whoopi Goldberg) para convencer Molly de que ela precisa ajudá-lo a descobrir quem o matou.

 

Três essenciais fatores que fazem Ghost dar certo: o romantismo tratado com cuidado, o roteiro bem amarradinho e uma canção tema marcante para completar a receita. O romantismo é essencial, uma vez que o filme tem que ser levado com cuidado, aos poucos, sem atropelar nada, para que as pessoas se afeiçoem aos personagens e entendam seus ganhos e perdas com cada acontecimento - e é exatamente aí que o roteiro entra, construindo ações convincentes o suficiente para o público esquecer que aquilo é apenas um filme e passe a torcer pelos personagens. É então que a canção tema entra e faz todos chorarem, afinal, sentem exatamente a mesma coisa que os personagens estão sentindo. Como esquecer, por exemplo, a seqüência em que Sam e Molly estão moldando no barro ao som de Unchained Melody, imortalizada por The Righteous Brothers? É simplesmente uma das cenas mais bonitas da década passada e uma das melhores de toda a história do cinema.

 

Ao contrário do que muitos pensam, essa canção não foi premiada com o Oscar. As duas estatuetas que o filme possui são provindas de seu já elogiado roteiro e de Whoopi Goldberg, que ganhou o prêmio pelo papel da vidente falsária, extremamente engraçada e tocante, sentimentos contraditórios que combinaram muito bem graças ao seu excelente trabalho. Coincidências ou não, Jerry Zucker, que dirigiu o filme, é um especialista em comédias. Se o mérito é de Whoopi ou dele, nunca saberemos dizer. O que importa é que na tela funciona. No elenco, temos ainda um divertido Vincent Schiavelli, que faz o fantasma do trem. Patrick Swayze deu muita, mas muita sorte mesmo do filme ter a força que tem, uma vez que sua atuação não tem nada demais. Seu rosto inocente e bonito consegue transmitir muito bem a mensagem por si só, uma vez que as caretas que o ator faz são péssimas (veja, por exemplo, o trimilique que ele dá interpretando a cena em que Sam se vê morto).

 

Ghost funciona ainda melhor com pessoas que já tiveram experiências de perda. Não me refiro apenas à morte, mas também a todos aqueles que já perderam um grande amor de algum jeito. Apesar do texto ter algumas imbecilidades, seus momentos mais tocantes são sinceros o suficientes para fazer todos chorarem - no México, o ingresso feminino vinha acompanhado de um lenço. É o típico filme que entretém, diverte e faz chorar. Ou seja, uma bela fórmula do sucesso. Só que a mensagem é bonita, convincente, tem suas cenas fortes (além do barro, há o maravilhoso final, a impressionante chegada dos seres do inferno, etc), o que faz o filme ser muito maior do que seus pequenos defeitos.

 

Não caia no erro de julgá-lo por sua exposição. Assista a Ghost - Do Outro Lado da Vida com um olhar mais romântico, artístico que você encontrará seu valor mais sincero: o amor. Não importa quantas vezes repita a sessão, seus olhos sempre terão um compartimento extra de lágrimas. Gosto mesmo de Ghost e não tenho a menor vergonha em dizer isso.


Sobre o crítico Rodrigo Cunha

Biografia: Formado em cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, Rodrigo Cunha criou sua paixão pela sétima arte há muitos anos. Fundou o Cine Players em 2003 e, desde lá, já criticou mais de 200 obras clássicas do cinema. Seus diretores favoritos são Hitchcock, Tarantino, John Hughes, Allen e Kurosawa, e supre pelo ator Jack Nicholson uma admiração quase divina.










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